3 de agosto de 2009
Se há uma coisa que tem ganhado espaço na sociedade brasileira nos últimos anos são os famosos reality shows. Importados da Europa e Estados Unidos, esse programas têm virado mania nacional, ainda mais em um país onde tudo que é estrangeiro vira “febre”.
O primeiro desse tipo foi o No Limite, estreado na Rede Globo, em julho de 2000. Os participantes, divididos em duas equipes, conviviam em uma floresta, realizando provas de resistência, sendo que ao final, teriam um vencedor.
Outro pioneiro foi a Casa dos Artistas, iniciada no final de 2001. Transmitido no SBT, o programa teve a participação de famosos como Supla, Bárbara Paz, Alexandre Frota, Mari Alexandre, entre outros. A idéia era assistir belas mulheres e homens conviverem com poucas roupas, namoros, e até outras coisas!
Mas quem fez sucesso mesmo foi o Big Brother Brasil. Tendo início um mês após o término da Casa dos Artistas, o reality foi apresentado na Rede Globo, entre os meses de janeiro e abril de 2002. A diferença está na ausência de famosos neste último. Kléber Bambam foi o vencedor de meio milhão de reais. Depois desta edição, foram realizados mais nove programas do BBB.
A Record procurou não ficar atrás e, no final de 2004, lançou o reality O Aprendiz. Apresentado pelo publicitário Roberto Justus, a temporada teve 15 programas. A idéia, entre outras, era ter um vencedor para trabalhar nas empresas de Justus. Atualmente, o programa A Fazenda é o novo reality show da emissora.
O mais interessante e intrigante é o objetivo desses programas. No domingo, me sentei pra ver um pouco do reality No Limite. Nunca tinha parado pra assistir ou analisar aquele programa. Fiquei estarrecido ao perceber o objetivo dos participantes das duas equipes.
Em uma das provas (para adquirir alimentos), ficou claro a individualidade de cada um. Era preciso fazer um percurso cansativo até o topo de um areal, sendo que a equipe vencedora teria direito a algumas galinhas. Foi dada a largada: alguns sairam na frente e chegaram também. Mas outros estavam se cansando, por isso alguns corriam juntos com aqueles.
Ao final, uma das integrantes não conseguiu chegar a tempo, o que ocasionou a perda do primeiro lugar, para decepção e tristeza dos membros da equipe. Ficaram pensando: “Se tivéssemos ajudado, ela teria chegado, e não perderíamos...”.
Ficaram tristes não pelo fato de a equipe não ter vencido, mas pelo fato de que cada um, individualmente, iria ficar sem comida. Primeiro o meu direito, depois, o da equipe. E isto é mais que normal em uma competição: uma pessoa entra pra ganhar; não há como ficar feliz quando o outro vence; numa sociedade moderna, isto é “conjunto inexistente”.
Tudo isso que as pessoas buscam ou fazem é o contrário do que o Mestre pediu que fizéssemos. Em um certo momento, Jesus é surpreendido por uma mãe que, assim como qualquer outra, só quer o bem para os filhos. Ela chega e pede que Cristo desse um lugar para os dois filhos no Reino. Sorrindo, talvez, Ele diz a ela que no Reino as coisas não são assim: isto cabe ao Pai.
Os discípulos ficam zangados: “Tão tirando o Mestre, é?!” Jesus, manso e humilde como sempre, acalma-os: Peraí gente. Vocês sabem muito bem por quem eles são dominados; os poderosos mandam neles. Mas entre vocês não pode ser assim, pois o que quiser ser importante, que sirva aos outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de vocês...”.
Ser o primeiro não era a frase favorita de Cristo. Por algumas outras vezes, o discurso vai se repetir. A todo momento chegava alguém perguntando: “Quem é o maior de nós, Mestre?”. E Jesus sempre respondia de maneira oposta aos questionadores. Esse foi um dos motivos que O levaram à morte: Ele não queria posições; a vontade do Pai bastava.
E conosco?! Como é difícil viver da forma como Ele pediu que vivêssemos. Mas não impossível, se não Ele não haveria falado “sede perfeitos, como é o vosso Pai”, ou “vocês só entrarão no Reino do Céu se forem mais fiéis em fazer a vontade de Deus do que os mestres da Lei e os fariseus”.
Cabe a nós, pelo menos, tentar sermos parecidos com Aquele que acreditou que poderíamos ser assim.
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