28 de agosto de 2009

A vontade de Deus - parte 1

Sabe, entender a vontade de Deus é algo nada fácil! É desafiador, instigante e, talvez, um dos maiores entraves vividos por aqueles que entregam a vida ao Criador. Algumas pessoas acham que isso é muito relativo, que depende da situação. Outros não concordam com essa ideia, mas dizem que é quase impossível viver sob a vontade de Deus.


Em se tratando de relacionamentos amorosos, é aí que o “bicho pega”, pois muitos entendem de diversas maneiras o que seria esta “vontade” de Deus. Ao longo da Bíblia, desde Gênesis a Apocalipse, encontramos passagens e exemplos que podem explicar sobre esse assunto. O primeiro caso é encontrado no início de tudo.

Ao analisarmos profundamente o texto de Gênesis 2.18-25, perceberemos algo mais que a criação da mulher: ali está o modelo de um relacionamento segundo a vontade de Deus. O Pai poderia muito bem ter criado Eva a partir do barro, assim como fez com Adão, bem na frente do homem, para que este visse o grandioso poder existente em Deus.

No entanto, a Bíblia diz que “[...] O Senhor fez cair um sono pesado (profundo) sobre Adão, e este adormeceu [...]”. O sono profundo equivale ao estado de anestesia ou mesmo o estado da morte: a pessoa não sente nada, nem sonha, apenas dorme profundamente.

Supomos, implicitamente, o que Deus fizera: “Adão, quero que você entenda que sou Eu quem faço as coisas pra ti, inclusive a tua mulher! Você não precisa fazer nada antes da hora, apenas durma!”. Penso que este seja o desejo de Deus a nós: que não façamos nada antes do tempo de Ele ordenar, apenas dormir.

Outro exemplo é encontrado ainda em Gênesis, agora no capítulo 24. É desta passagem que surgiram as expressões “O meu Isaac” e “a minha Rebeca” (expressões que denotam a pessoa ideal para um relacionamento), mostrando que o episódio é bastante sugestivo.

Isaac estava com 40 anos (equivalente aos 20 ou 25 atuais) e solteiro. A mãe havia morrido e a solidão era sua companheira diária. Sabia, no entanto, que confiar e esperar em Deus é a melhor escolha, como seu pai Abraão ensinara.

Não preciso contar a história toda, pois você deve saber (se não, procure ler!). Quero me centrar na forma como as coisas aconteceram. Abraão, o pai da fé, manda que o seu mordomo vá à terra que o patriarca nascera e traga a mulher de Isaac. É coisa de louco, mas o mordomo foi e trouxe a garota que casou com Isaac e teve dois filhos.

Abraão não sabia quem era a garota, mas tinha certeza de que Deus estava no controle. Isaac não sabia se a moça era bonita, “crente” ou se sabia cozinhar bem (sem machismos, viu meninas?!). Mas, como orava muito (Gn 24.63), entendia que esta era a vontade de Deus.

Rebeca não sabia se o jovem era forte, “marombado”, bonito ou tinha carro; nunca havia recebido uma carta ou cartão do rapaz; jamais recebera um torpedo “apaixonante”; não sabia se o rapaz era romântico ou rude. Entretanto, sabia que aquela era a vontade de Deus.

Percebe-se aí, que não foi preciso que Isaac, o homem dessa história, fizesse muita coisa para estar com Rebeca; não foi preciso que ele a conquistasse com belas palavras, rosas ou bombons. A conquista já acontecera (por Deus), mas a permanência dela veio depois, junto com o romantismo e tudo que um namoro tem direito. Mas isso, após a vontade de Deus.

Outro fator importante é o que Abraão diz: “Se a mulher não quiser te seguir, tudo bem, deixa de mão” (paráfrase minha). Ou seja, a vontade de Deus estava exposta, mas Rebeca tinha uma escolha a fazer: ou ia ou não ia! Ela possuía duas opções: iniciar um relacionamento desejado por Deus, mas no qual não conhecia o rapaz; ou não arriscar a juventude com alguém que não conhecia ou “amava”.

Esse último pensamento é o que mais permeia as mentes dos jovens cristãos, em especial das mulheres. Muitos pensam que para se ter um relacionamento com alguém é preciso se apaixonar (ou estar apaixonado) e amar essa pessoa; pensam que vão achar em alguém o amor que sempre procurou ou desejou. No entanto, o amor não se acha: ele se constrói; é construido e mantido por ambos os lados, e só o tempo, o passar dos tempos é quem vai dizer se há amor ou não.

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